O COMEC - Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas - foi fundado em 1980 pelo Juiz de Direito Dr. Rubens de Andrade Noronha e pelo Promotor de Justiça Dr. Hermano Roberto Santamaria, na época, respectivamente, Juiz e Curador de Menores, os quais coordenaram um grupo de pessoas preocupadas com a questão do adolescente autor de ato infracional na cidade de Campinas. Esse grupo tinha representantes de vários segmentos: Unicamp, PUCC, Secretaria da Promoção Social do Município e do Estado, Secretaria da Saúde e de Educação, além de pessoas que manifestavam interesse em encontrar uma alternativa viável para o acompanhamento, em meio aberto, dos adolescentes que estavam cometendo pequenos delitos. Naquela época, sob a legislação do Código de Menores, dava entrada no judiciário todo tipo de infração de adolescentes que apresentavam comportamento inadequado no universo escolar.
            Era apontada a falta de um serviço que atendesse de fato esses adolescentes, pois o Judiciário tinha só duas alternativas: uma, de cunho burocrático, era realizada pelos “Comissários de Menores”, onde a obrigatoriedade do adolescente era o comparecimento semanal para receber um carimbo em um documento fornecido pelo Juiz; a outra era determinar a medida de internação na FEBEM, na cidade de São Paulo.
            Diante deste cenário, somado ao aumento da violência no município, foi decidido, em consenso, que a cidade necessitava de um lugar onde o adolescente pudesse ser atendido de forma especializada e sem romper os vínculos com a sua família e comunidade.
            Esta ação deu origem a um serviço pioneiro de atendimento ao adolescente e sua família em conflito com a lei.O primeiro nome dessa Instituição foi COMI (Centro de Orientação ao Menor Infrator) que, em 1983, foi mudado para COMEC (Centro de Orientação ao Menor de Campinas), pela conotação estigmatizante que tal nome carregava. Essas reflexões sempre pautaram o trabalho da entidade que manteve grupos de pessoas que compunham o conselho gestor, com o intuito de manter acesas as chamas dos conhecimentos técnicos, sem perder o espírito crítico na construção de uma metodologia moderna e focada no adolescente autor de ato infracional, levando em conta seus interesses, necessidades e responsabilidades. Essas discussões contribuíram para o fortalecimento de muitas idéias e práticas, que se tornaram os pilares de um trabalho sólido.
            A construção de uma experiência sem modelos, mas com uma necessidade premente de desafios para o fenômeno da adolescência, constituiu um marco histórico na comunidade, onde a rede de apoio foi consolidando-se em benefício desses jovens. Muitos objetivos da fundação do COMEC se misturaram com os princípios da LA, confirmados com a legitimação do ECA, tornando-se uma referência para outros municípios. O Estatuto levou à atualização do nome para Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas, mantendo a sigla COMEC como nome fantasia, adequando-se, assim, mais uma vez, aos princípios éticos ao atendimento do adolescente.
            Em 1992 o COMEC iniciou um novo programa: Educação para e pelo Trabalho, que em 2008 mudou de nome para Aprendizagem Profissional, para adequar-se à lei do Aprendiz.
            Em 2007 o COMEC iniciou mais um programa de medida sócioeducativa, Prestação de Serviços à Comunidade.







Programas encerrados

APRENDIZAGEM PROFISSIONAL (AP)


            O Programa surgiu em 1992 quando a Secretaria da Assistência Social indicou o COMEC para assumir um trabalho de contratação e acompanhamento de jovens na Caixa Econômica Federal, o que possibilitou ao adolescente uma inserção diferenciada no mercado formal de trabalho na área administrativa. Posteriormente, outras empresas foram se tornando parceiras. Em 2002, começamos a inserir adolescentes no mundo do trabalho através da Lei 10097/2000, a Lei do Aprendiz, nos cursos de Auxiliar Administrativo e Comercial e de Aprendizagem em Serviços Bancários validados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
            O programa objetivou propiciar a inclusão socioeconômica de jovens em situação de vulnerabilidade social por meio de programa educativo, que promovesse a cidadania e a geração de renda, garantindo ao mesmo tempo sua permanência no ensino formal.
            Em Dezembro de 2012 após publicação da Portaria 723, que altera dispositivos da Lei 10097/00 iniciamos uma reestruturação do Programa de Aprendizagem Profissional articulada com o Ministério Público do Trabalho, que criou um Termo Referendado de Transferência para que os adolescentes que estavam inseridos como aprendizes fossem transferidos para outras organizações, sem prejuízos legais e sociais encerrando assim o Programa de Aprendizagem Profissional.
            Após 21 anos de experiência na capacitação de adolescentes para o mundo do trabalho, o COMEC procura fomentar novos projetos com esse tema “TRABALHO”.